A chegada

Se é a primeira impressão que fica, tenho certeza de que cheguei em um paraíso perdido.

Foi só quando vi de cima do avião que me dei conta de que o Haiti está no Caribe. O avião pousou cercado de um lado por enormes e lindas montanhas e do outro por um mar que se confunde entre o azul e o verde.

Mas antes de chegarmos ao país, antes da paisagem, algo me chamou a atenção no Haiti: os haitianos. Antes de embarcarmos, percebi o tanto que eles não gostam de... filas. Pareceu-me que tentar fazer uma fila era um desrespeito imenso com a cultura local.

O que uns podem considerar desorganização, eu vi apenas como uma característica forte. Eles se impõem uns sobre os outros. Mas não pensem que por isso passam um sobre os outros. A cooperação, a ajuda entre eles é magnífica de se observar.

Confirmei isso no caminho do aeroporto à pousada. Tantas casas destruídas, tantos escombros, tanta tragédia. E em cada lugar havia um grupo enorme mexendo em papéis (aqueles de plantas de construção, sabe?), misturando cimento, dando ordens e obedecendo-as.

Ainda não andei pela cidade (necessito urgentemente de um banho e de uma roupa fresquinha). Mas já vi tanta coisa que não sei nem por onde começar a contar.

Ai, memória, não me deixe na mão nessa viagem, por favor!

Preparação - parte I

Nas últimas semanas, nos momentos de folga que encontrei da UnB, pude me encontrar com pessoas que já estiveram (de passagem ou por um tempo maior) no Haiti por algum motivo. Estou recolhendo depoimentos, impressões de quem conhece. Aproveitando para pegar contatos e dicas.

Quanto mais eu escuto sobre o Haiti, sobre os haitianos, mais eu fico encantada com o país e com o povo.

O maior perigo, penso eu, é acabar de apaixonando de vez e não querer voltar pro Brasil. E, para ser bem sincera, é muito provável!